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Governança corporativa: por que planejar sites institucionais desde o briefing

09/12/2025
7 minutos de leitura
Rasta (Marcos Schestak)

Rasta (Marcos Schestak)

Fundador e Co-CEO da BASE Digital

Governança desde o briefing: como planejar sites institucionais com visão estratégica

O início de quase todos os problemas

Todo projeto digital começa com uma intenção legítima. Às vezes é a percepção de que o site institucional já não traduz a maturidade da marca. Outras, uma necessidade técnica: infraestrutura antiga, lentidão, dependência de fornecedores. As finalidades são diversas.

O problema é que muitas dessas iniciativas começam de forma apressada: o briefing chega antes do diagnóstico. E o que deveria ser o alicerce da estratégia vira um documento de intenções desconexas, repleto de referências visuais e listas de desejos, mas sem clareza sobre o que realmente precisa ser resolvido.

Projetos assim tendem a nascer frágeis porque tentam responder a sintomas sem compreender as causas.



…mas tudo pode piorar

Nos últimos meses, surgiu um novo elemento nesse cenário: os briefings gerados por inteligência artificial. Ferramentas automatizadas passaram a criar documentos inteiros, sugerindo metodologias, ferramentas e até cronogramas, como se todas as empresas operassem da mesma forma.

À primeira vista, parecem completos e objetivos. Mas por trás da escrita impecável, falta o essencial: contexto.

Não há leitura de negócio nem das dinâmicas internas. É um planejamento que não nasce de perguntas reais, e sim de fórmulas genéricas. Projetos iniciados assim começam com aparência de método, mas sem direção. O resultado é previsível: desalinhamento, retrabalho e entregas que não geram valor.



O que é governança, de fato?

Governança é o que define como uma empresa decide. É a estrutura que conecta propósito, técnica e entrega. Não é burocracia, é clareza. É o que garante que marketing, TI, branding e produto caminhem com o mesmo entendimento sobre prioridades, critérios de validação e indicadores de sucesso.

Quando a governança existe desde o início, o briefing deixa de ser uma formalidade e se transforma no primeiro passo da estratégia. Quando ela é ignorada, o projeto é conduzido por interpretações e preferências pessoais; e raramente termina como planejado.

Governança é o que dá previsibilidade ao processo. Ela define quem decide, em que momento e com base em quais critérios. Garante que o backlog seja priorizado por valor e não por urgência, que o CMS seja estruturado de acordo com as necessidades de conteúdo, permissionamentos e que as eventuais integrações aconteçam dentro de um fluxo técnico sustentável. É a camada invisível que protege o projeto da pressa e do improviso.



Governança na criação de sites institucionais: uma história real

Em um projeto digital para uma uma grande indústria, por exemplo, a discussão começou pelo design. Em geral, esse é um dos itens mais solicitados em portais corporativos.

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Nesse caso, o cliente queria um site mais moderno, mas sem definir o que “moderno” significava para o negócio. Bastou uma semana de imersão para o time da BASE entender que o problema era outro: não havia alinhamento entre os times de marketing e produto sobre o que o site deveria comunicar.

Reorganizamos as etapas, criamos uma matriz de governança com papéis claros e revisamos o escopo com base em objetivos de negócio. A partir dali, tudo fluiu. O projeto não andou porque o design mudou, mas porque a governança entrou antes da codificação.

Quando o método chega atrasado

Projetos que começam sem governança tendem a entrar em loop. O layout avança, mas o conteúdo atrasa. O escopo muda no meio do caminho, as aprovações travam e as áreas perdem confiança no processo. É como construir um edifício alterando a planta toda semana. Já vi esse padrão se repetir muitas vezes.

Engrenagem representando o loop de retrabalho ao se iniciar um projeto sem governança

Mais uma história real: uma empresa de serviços B2B já havia passado por três fornecedores diferentes, afirmando que estava traumatizada com as tentativas frustradas de lançar um novo site institucional (estava sempre quase pronto, mas nunca finalizado). Cada área tinha sua própria definição de prioridade e ninguém coordenava o conjunto. O código era sólido, o CMS era bom, mas o processo era caótico.

Solução: reestruturamos o projeto desde o briefing. Redefinimos escopo, simplificamos o fluxo de aprovação e reorganizamos o backlog com base em objetivos de negócio. O site foi lançado em noventa dias, mas o verdadeiro resultado foi outro: o time interno voltou a confiar nas entregas. A governança, além de acelerar o projeto, devolveu previsibilidade ao processo.

Governança não é sobre controle, é sobre confiança. Quando as regras de decisão são claras, as áreas deixam de competir e passam a colaborar. O método dá ritmo e o ritmo gera segurança. É isso que sustenta a qualidade em projetos digitais complexos.



O papel de quem conduz

Nem toda empresa está preparada para estruturar governança sozinha. Muitas confundem autonomia com ausência de método. É aí que entra o papel de quem conduz o projeto.

“Parceiros que apenas executam tarefas tendem a reproduzir a desordem do cliente. Parceiros que entendem o negócio ajudam a criar coerência entre estratégia, técnica e operação”.

Em uma instituição financeira, por exemplo, a governança começou ainda na fase de orçamento. Em vez de discutir layout, criamos um comitê entre marketing, TI e compliance para mapear riscos, responsabilidades e critérios de publicação.

A arquitetura da informação foi construída a partir dessas regras e o escopo incorporou fluxos de aprovação automáticos. O que poderia ter sido um obstáculo se transformou em diferencial competitivo. A governança reduziu riscos e acelerou o cronograma. Esse tipo de estrutura é o que permite que o projeto não dependa de pessoas, mas de método.

Nem sempre, porém, a governança nasce na largada.

Em um cliente do setor da saúde, ela precisou ser implantada depois da entrega. O site era novo, mas já mostrava sinais de obsolescência. O problema não era técnico, era processual. Multilingua, multidomínios e multipaíses estruturados sem lógica, em um CMS impossível de utilizar pelos editores.


A solução veio com uma matriz de governança que revisou os fluxos, redistribuiu responsabilidades e instituiu controles e logs de aprovação. Seis meses depois, o time interno dominava o CMS e mantinha o site atualizado sem erros e traumas.

Um projeto só se consolida quando a governança se torna parte da cultura da empresa. E quando faz parte do roadmap de transformação digital de grandes empresas.

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Sinais de que o site precisa ser reestruturado

A ausência de governança deixa rastros claros. Um deles é quando o site perde relevância e já não reflete a evolução do negócio. Outro é o ruído interno, quando cada área publica conteúdo de um jeito, com prioridades conflitantes e mensagens desalinhadas.

Há também o sintoma operacional, quando o CMS se torna pesado, as integrações quebram e a manutenção passa a depender de terceiros. Mas o sinal mais importante é silencioso: quando o site deixa de ser pauta estratégica e vira apenas mais uma demanda recorrente. É nesse ponto que o digital começa a perder valor e a empresa precisa reestruturar não o layout, mas o método que o sustenta.



Site institucional como asset estratégico

O site institucional faz parte da infraestrutura digital da empresa. Ele é um asset estratégico que sustenta o posicionamento, conecta sistemas, organiza dados e viabiliza decisões. Quando nasce com governança, evolui junto com o negócio. Quando nasce sem ela, torna-se custo e ruído. Essa diferença é o que separa um projeto temporário de uma solução perene que evolui conectada ao negócio.

Já em um cliente do setor do Agro, o novo site foi planejado para operar como hub de dados e serviços. As integrações com CRM, login corporativo e analytics foram definidas ainda na fase de Discovery. Cada área tinha clareza sobre o ciclo de atualização e sobre o que era conteúdo tático ou institucional.

Dois anos depois, o ambiente segue estável e atual. A equipe de marketing publica com autonomia, a TI mantém governança de infraestrutura e o time de negócios acompanha indicadores em tempo real.

Quando há governança, o site amadurece em vez de envelhecer.



O legado que permanece

Projetos digitais não fracassam por falta de tecnologia. Fracassam por falta de método e continuidade. A governança é o elo que garante que as decisões sigam um padrão e que a estratégia sobreviva à troca de equipes e fornecedores.

Depois de décadas acompanhando empresas em diferentes estágios de maturidade digital, uma lição é constante: o sucesso não depende do código, mas do caminho que o antecede.

Planejar com governança é evitar surpresas e construir com propósito. É isso que transforma um briefing em estratégia e um site institucional em ativo de negócio. E, acima de tudo, é o que deixa legado digital, a base sobre a qual a empresa continua evoluindo.

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Rasta (Marcos Schestak)
Sobre o Autor:

Rasta (Marcos Schestak)

Fundador e Co-CEO da BASE Digital

Marcos Schestak (Rasta) é co-CEO e cofundador da BASE Digital, com 30 anos de experiência em tecnologia e estratégia de negócios. Reconhecido por sua abordagem inovadora no desenvolvimento de MVPs e MVEs, Rasta ajuda empresas a criarem produtos que entregam experiências completas desde a fase inicial. Como consultor de transformação digital, ele combina criatividade técnica e visão estratégica para grandes corporações e startups. Rasta também investe em startups de EdTech, Health Tech e Retail Tech.

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