MVE: o modelo que substitui o MVP em projetos digitais de alta complexidade
Janniini Pascale
Business Development Partner na BASE Digital

Em grandes empresas, a pressa costuma parecer a resposta mais fácil. A urgência por mostrar resultados coloca projetos no ar antes da hora, com a promessa de que “depois se ajusta”. Mas, o que deveria ser um sinal de agilidade, frequentemente se transforma em fragilidade.
Na BASE, temos visto esse ciclo se repetir. Plataformas e sistemas que nascem sem uma base sólida acabam exigindo retrabalho, reinvestimentos e longos períodos de correção. O que parecia ganho de tempo no início se transforma em perda de eficiência e credibilidade no longo prazo.
É o custo invisível da pressa.
Foi a partir dessa constatação que criamos uma forma diferente de estruturar projetos e plataformas digitais complexas. A MVE, Melhor Experiência Viável, nasceu da necessidade de unir ritmo e consistência, permitindo que grandes corporações lancem soluções digitais que funcionem desde o primeiro ciclo e cresçam com segurança, governança e visão de longo prazo.
O risco de lançar rápido demais
O conceito de MVP ganhou força ao prometer agilidade e aprendizado rápido. Nasceu no contexto das startups, em que errar faz parte do processo e o objetivo é validar uma ideia o quanto antes. Mas quando essa lógica é aplicada a grandes corporações, o efeito costuma ser o oposto.
Empresas com sistemas legados, integrações complexas, regras de compliance e altos níveis de interdependência não podem se dar ao luxo de testar algo instável. Um erro de arquitetura ou de integração pode travar operações inteiras e comprometer a confiança do cliente. Nesse cenário, o mínimo viável deixa de ser uma virtude e se transforma em risco.
O que parecia velocidade se revela uma falsa agilidade. Em pouco tempo, o que foi lançado para ganhar tempo começa a exigir correções, camadas adicionais de segurança e reconstruções inteiras de código. A dívida técnica cresce, o custo total de propriedade aumenta e a experiência se deteriora.
É nesse ponto que surge a MVE, a Melhor Experiência Viável. Um modelo que preserva a urgência por resultados, mas substitui a pressa por direção. Ele permite lançar o essencial de forma sólida, garantindo que o projeto nasça certo e evolua com consistência.
Por que o MVP falha em contextos corporativos
O MVP parte de uma lógica de experimentação que funciona bem em startups, onde os sistemas ainda são simples e o risco é controlado. Em ambientes corporativos, porém, a realidade é completamente diferente.
Projetos de grande porte envolvem múltiplas integrações, dados sensíveis e ambientes que precisam seguir regras rígidas de segurança e compliance. O lançamento de um projeto digital sem uma base técnica sólida gera dívida de design e de arquitetura, cria dependências difíceis de reverter e amplia o custo de manutenção no longo prazo.
Além disso, o modelo tradicional de MVP raramente considera a complexidade organizacional. Ele nasce isolado, sem alinhamento entre áreas como TI, Produto e Marketing, o que leva a retrabalho, sobreposição de esforços e experiências fragmentadas.
A MVE surge como uma resposta a essa realidade. Ela substitui o foco no mínimo viável pela combinação de estratégia, experiência e engenharia. O que é lançado precisa ser funcional e escalável desde o início, garantindo solidez, governança e continuidade.
O que é a MVE (Melhor Experiência Viável)
A MVE é a metodologia da BASE Digital que traduz o equilíbrio entre o que uma empresa idealiza e o que é capaz de sustentar, de fato. Ela une estratégia, experiência e engenharia para garantir que cada entrega seja tecnicamente sólida e, ao mesmo tempo, capaz de gerar valor perceptível desde o início.

A experiência, nesse contexto, vai muito além da interface. Ela é construída sobre estabilidade, segurança e fluidez entre sistemas, pessoas e processos. Uma jornada digital só é positiva quando o que o usuário percebe está ancorado em uma base técnica confiável, com governança e compliance que garantem continuidade.
Essa visão integrada define a Melhor Experiência Viável. A MVE não se resume a entregar uma versão funcional do produto. É um modelo que reduz riscos, amplia eficiência e conecta tecnologia ao valor real de negócio, entregando confiança, previsibilidade e capacidade de evolução, a verdadeira experiência viável.
A MVE na prática: como a BASE estrutura projetos digitais complexos
A aplicação da MVE na BASE começa no Discovery & Assessment, etapa em que entendemos o contexto, definimos estratégias e criamos roadmaps detalhados, garantindo a Melhor Experiência Viável de cada projeto digital.
A partir desse diagnóstico inicial, a equipe multidisciplinar, formada por especialistas em UX, engenharia e produto, trabalha de forma colaborativa para desenhar a experiência e a arquitetura em conjunto. O objetivo é alinhar as decisões funcionais à capacidade técnica de sustentação e ao plano de crescimento da empresa.
Dessa etapa, nasce um escopo de projeto digital funcional que prioriza o que entrega mais valor no curto prazo, sem comprometer o longo. O resultado é um protótipo navegável e um roadmap evolutivo que orientam as próximas fases.
Cada etapa é validada por critérios técnicos e de negócio, assegurando que o projeto mantenha ritmo, clareza e coerência. É assim que a MVE transforma o conceito de viável em algo que realmente sustenta a jornada do consumidor.
Etapas da metodologia MVE em projetos digitais na BASE:
1. Briefing + Dados
Entendimento profundo do contexto do negócio, dos objetivos estratégicos e da maturidade digital da empresa.
2. Design Colaborativo
Cocriação de jornadas digitais e funcionalidades com múltiplos stakeholders, unindo perspectivas de negócio, experiência e tecnologia.
3. Imersão Técnica
Análise de integrações, arquitetura, segurança e sistemas legados. A BASE valida factibilidade e define padrões de governança técnica desde o início.
4. Priorização de Entregas
Seleção das funcionalidades que entregam o maior valor dentro do escopo viável, equilibrando impacto e complexidade.
5. Escopo e Protótipo
Desenvolvimento do escopo funcional e criação de protótipo navegável, tangibilizando a experiência antes do desenvolvimento.
6. Design e Roadmap Evolutivo
Consolidação técnica e visual do projeto. O cliente recebe um plano de evolução com visão de longo prazo, definindo marcos claros de sustentação e crescimento.

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Exemplos MVE: aprendizados e resultados observados
Empresas que adotam a MVE passam a enxergar o digital de forma diferente. A metodologia reduz o retrabalho, melhora o alinhamento entre áreas e traz previsibilidade aos investimentos. Mais do que um processo, ela cria uma cultura de construção sustentável, que além de aumentar a eficiência operacional, diminui o custo total de propriedade e eleva o ROI digital.
Um exemplo dessa aplicação veio de um projeto desenvolvido pela BASE para uma grande indústria brasileira. A empresa precisava automatizar a comunicação entre sistemas internos e equipes externas, garantindo acesso seguro e rápido a dados críticos do negócio. A BASE estruturou uma automação corporativa que conectou múltiplos sistemas em uma arquitetura centralizada, garantindo consistência e rastreabilidade das informações. A MVE definiu o escopo ideal para o primeiro ciclo, equilibrando velocidade de entrega e solidez técnica.
O resultado foi uma solução omnichannel que assegura acesso contínuo às informações, independentemente do canal utilizado. A primeira entrega gerou ganhos imediatos em eficiência e autonomia operacional, e a arquitetura, desenhada desde o início para ser modular e escalável, permitiu que novas integrações fossem implementadas com segurança e conformidade.
A solução segue em evolução contínua, ampliando funcionalidades a partir da mesma base técnica definida no ciclo inicial. Essa estrutura robusta é o que garante que o crescimento ocorra de forma ágil, segura e dentro dos padrões de governança exigidos pelo setor. A experiência viável é justamente essa, a que continua evoluindo com estabilidade e confiança.

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MVP ou MVE: quando começar certo faz toda a diferença
A transformação digital deixou de ser sobre fazer rápido. Hoje, trata-se de fazer com clareza, propósito e continuidade. O MVP cumpriu seu papel na era da experimentação, mas o contexto das grandes empresas exige outra lógica.
Em ambientes corporativos complexos, onde sistemas são interdependentes e a reputação da marca depende da estabilidade das soluções, não existe espaço para improviso.
O digital precisa nascer certo para crescer certo.
A MVE é uma abordagem que reflete essa maturidade. Ela orienta a construção e o desenvolvimento de projetos digitais de forma estratégica e sustentável, equilibrando velocidade e solidez, experiência e engenharia, visão e execução.
Na BASE Digital, a MVE é o ponto de partida de cada iniciativa estratégica. É o que garante que projetos digitais com múltiplos sistemas, integrações e stakeholders comecem tecnicamente sólidos, relevantes e preparados para escalar com segurança, governança e visão de longo prazo. Daqui pra frente, impulsionar não há limite.

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Janniini Pascale
Business Development Partner na BASE Digital
Janniini Pascale é Business Development Partner na BASE Digital, com mais de duas décadas de experiência no mercado B2B, ajudando grandes empresas na estratégia de crescimento digital e na implantação de projetos que entregam resultados com valor real para o negócio.