Como vieses cognitivos impactam a confiança no seu site institucional
Gabrieli Rasche
Marketing Lead na BASE Digital

Como um design se torna inesquecível? O que faz um produto ser escolhido? O que faz um negócio digital decolar enquanto outro fica para trás?
Essas perguntas não têm respostas simples, mas têm algo em comum: todas passam pela forma como percebemos o que está diante de nós.
E é aí que entram os vieses cognitivos.
Talvez você nunca tenha ouvido falar dos efeitos halo e chifre, mas com certeza já foi influenciado por eles.
Sabe quando um site parece tão bem resolvido que você automaticamente confia na marca? Ou quando algo está desalinhado logo de cara, com um bug ou um layout confuso, e você desiste de continuar?
É sobre isso.
A famosa frase “a primeira impressão é a que fica” não é exagero. Ela significa que é difícil mudar uma opinião depois que ela já foi formada. No ambiente digital, onde tudo acontece em segundos, esses vieses decidem se seu site institucional vai inspirar credibilidade ou afastar potenciais clientes antes mesmo da primeira interação.
Com a chegada do novo AI Mode do Google, anunciado no I/O 2025, muita gente vai interagir com sua marca antes mesmo de acessar seu site. A tendência é que as buscas dos usuários sejam mais rápidas e concentradas na primeira página de resultados do Google (SERP). Ou seja: restritas aos resumos gerados por IA.
Mas se o clique acontecer? O seu site precisa entregar uma experiência que sustente ou eleve a expectativa gerada pela busca. Se houver ruído, o efeito chifre domina e a credibilidade desaparece.
Decisões rápidas e atalhos mentais
Todos os dias, tomamos em torno de 35 mil decisões conscientes.
É muita coisa!
Para dar conta desse volume, o cérebro cria atalhos mentais, também chamados de heurísticas, que ajudam a processar informações rapidamente.
Na maioria das vezes, eles funcionam bem e nos poupam esforço. Mas também podem nos levar a erros de julgamento, os chamados vieses cognitivos.
No digital, esses vieses ganham ainda mais força. A navegação é rápida, quase automática, e geralmente feita em paralelo a outras tarefas. O humor do dia, a pressa e o contexto podem influenciar diretamente a Experiência do Usuário.
Quando projetamos produtos e serviços, o ponto-chave não é a tecnologia, mas quem vai usar o produto. O papel do designer, do desenvolvedor e de todos os profissionais de experiência é identificar brechas na jornada do usuário para reduzir esforço mental e entregar clareza, fluidez e satisfação.
Foi o que a BASE fez ao conduzir o Discovery para a Finish, integrante do Grupo Reckitt e referência global em soluções para máquinas de lavar louça. O desafio era traduzir a credibilidade internacional da marca para o público brasileiro em um site institucional que transmitisse confiança desde o primeiro contato.
A partir desse processo, estruturamos jornadas de usuário, arquitetura de navegação e conteúdo estratégico para SEO, criando as bases de uma experiência digital clara e confiável. O resultado foi uma percepção imediata de credibilidade, fortalecendo o efeito halo e evitando que ruídos ativassem o efeito chifre.

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Halo e chifre: como funcionam no ambiente digital
O psicólogo Edward Thorndike foi o primeiro a descrever, lá na década de 1920, uma tendência curiosa: a de formar uma opinião geral com base em uma única característica.
Ele chamou isso de efeito halo.
No digital, isso significa que se um site é bonito e bem resolvido, essa boa impressão inicial faz o usuário acreditar que todo o resto também é confiável. Mesmo sem ler o conteúdo ou navegar por outras páginas.
O oposto também acontece. Um detalhe negativo, como um layout desatualizado ou uma navegação confusa, dispara o efeito chifre, contaminando toda a percepção.
Nosso cérebro é econômico. Em vez de analisar cada detalhe, ele cria atalhos. A primeira característica que chama atenção guia todo o julgamento seguinte.
O efeito halo é influenciado por:
- •Percepção seletiva: focamos no que mais chama atenção, como estética ou clareza.
- •Viés de confirmação: uma vez formada a impressão, buscamos informações que reforcem ela.
- •Reações emocionais: sensações positivas geram avaliação geral positiva.
O mesmo vale para o chifre: uma primeira impressão negativa é difícil de reverter.
No design digital, isso explica por que interfaces bem cuidadas passam credibilidade imediata, enquanto detalhes mal resolvidos podem comprometer toda a Experiência do Usuário.
Primeira impressão no digital? Veja o tempo de engajamento
O que poderia estar por trás da taxa de rejeição do seu site institucional? Do comportamento de visitantes que clicam e logo saem, sem interagir com o conteúdo ou navegar para outras páginas?
Pesquisas mostram que um usuário leva cerca de 0,05 segundos para formar uma opinião sobre um site. Em tão pouco tempo, não dá para ler conteúdo algum. O que acontece é uma avaliação puramente visual e intuitiva.
O usuário sente se o layout é organizado, se a hierarquia faz sentido, se o site parece confiável e se ele está no lugar certo.
Esse julgamento inicial é decisivo: influencia se ele continuará explorando ou abandonará a página.
O segredo para evitar perder potenciais clientes pode estar no design visual. Esse é um dos fatores mais determinantes para transmitir confiança e credibilidade. Estudos do CXL indicam que 94% das primeiras impressões sobre um site estão relacionadas ao design visual, enquanto apenas 6% se referem ao conteúdo textual.
Isso não significa que só aparência resolve. Mas evidencia que princípios de Gestalt, leis de UX e heurísticas de Nielsen têm um papel direto em transformar interfaces em experiências que transmitem clareza e segurança.
No digital, a primeira impressão não é só estética: é confiança.
Websites: por que consistência é mais poderosa que a maquiagem
Um site institucional bonito pode chamar atenção, mas isso não basta para gerar confiança. O efeito halo só se fortalece quando a experiência é coerente do começo ao fim.
Em termos de design digital, isso significa:
- •Layout funcional e intuitivo.
- •Conteúdo claro e direto.
- •Microinterações que reforçam a proposta da marca.
- •Performance otimizada.
- •Coerência visual e de mensagem entre todos os pontos de contato.
Quando tudo funciona junto, a percepção positiva se mantém. O usuário não precisa pensar, ele sente que está em um ambiente confiável.
A consistência cria familiaridade e fortalece a marca em todos os pontos de contato, site, aplicativo, redes sociais e materiais de marketing. Isso gera:
- •Maior confiança e credibilidade.
- •Fidelização de clientes.
- •Mais valor percebido nos produtos e serviços.
- •Expectativas positivas para futuras interações.
O halo verdadeiro não é maquiagem: é consistência aplicada com atenção ao usuário.
E quando dá errado? O efeito chifre em ação
O efeito chifre acontece quando uma impressão negativa inicial contamina toda a percepção.
No digital, isso pode ser:
- •Layout confuso.
- •Menus difíceis de navegar.
- •Imagens desalinhadas.
- •Mensagens pouco claras.
- •Lentidão no carregamento.
Mesmo que o restante do site ou produto seja bom, a primeira frustração pesa mais. O usuário pensa:
“Se a empresa erra aqui, o resto também pode estar errado.”
Isso aumenta a frustração, reduz a credibilidade e eleva o esforço necessário para continuar navegando ou tomar uma decisão.
Um exemplo divertido, mas muito didático, é o site User Inyerface. Ele funciona como um jogo, mas foi projetado com tudo que não se deve fazer em UX Design. Formulários complexos, botões confusos e instruções contraditórias fazem você se irritar em segundos. É a demonstração perfeita de como interações mal planejadas e fora dos padrões conhecidos geram frustração imediata, ativando o efeito chifre de forma direta.

Por isso, todo detalhe conta.
Cada escolha de design, cada microinteração e cada texto deve sustentar a confiança que você quer gerar.
Lembre-se: no digital, uma impressão inicial negativa pode arruinar a experiência completa. E todo o trabalho de design e marketing feito até então.
Conclusão
A experiência que você oferece no seu site institucional não é neutra. Cada escolha de design, cada detalhe visual, cada interação influencia silenciosamente como as pessoas percebem sua marca e decide se elas continuarão explorando ou abandonarão a jornada.
Compreender os efeitos halo e chifre vai além da psicologia. É sobre:
projetar com consciência > entregar com coerência > transformar percepção em confiança
No digital, confiança é resultado de pequenos acertos que se somam. Ignorar qualquer um desses elementos pode gerar frustração e afastar usuários, mesmo que o produto ou serviço seja excelente.

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Assuntos:
Gabrieli Rasche
Marketing Lead na BASE Digital
Gabrieli Rasche é Marketing Lead na BASE Digital, com experiência em Product Design, UX/UI, Design System e Marketing. Formada em Arquitetura e Urbanismo, levou sua visão estruturada para o design digital, onde une estratégia, experiência do usuário e comunicação. Na BASE, lidera a execução e otimização das estratégias de marketing, garantindo o alinhamento entre design, marca e performance digital.

